COP 26 sediou a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo
São Paulo -SP 5/11/2021 – O Brasil lidera, na América Latina, o percentual de empresas que veem possíveis riscos financeiros para os seus negócios devido às mudanças climáticas.
O Brasil tem uma oportunidade de se juntar aos governos e empresas para deter e reverter a perda florestal e a degradação de terra em todo o mundo até 2030.
O acordo global de florestas é um marco no âmbito das negociações climáticas internacionais, que cada vez mais levam em consideração as emissões oriundas do desmatamento, estimadas em 25% do total global atualmente. “Ao mesmo tempo, como o recente relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas destacou, não há possibilidade de cumprir a meta de 1,5°C do Acordo de Paris sem a preservação das florestas”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
No maior estudo de sustentabilidade realizado até o momento pelo Pacto Global das Nações Unidas e a Accenture (ACN na bolsa de valores de Nova York), apenas 18% dos executivos entrevistados disseram ter obtido esclarecimentos necessários, por parte do governo e de legisladores, para o cumprimento de suas metas de sustentabilidade e de mudanças climáticas.
Divulgado no dia 1 de novembro, diante da COP26, que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia, o estudo revelou que líderes empresariais alertam sobre o início precoce de interferências induzidas pelo clima e esperam ações governamentais, particularmente nas áreas de precificação de carbono, investimento em infraestrutura e de compromissos financeiros para uma transição rápida de alcance de uma meta zero líquido equitativa no Sul Global, enquanto a janela para cumprir a objetivo de não ultrapassar o limite de 1,5°C até 2030 se aproxima a cada dia.
O Brasil lidera, na América Latina, o percentual de empresas que veem possíveis riscos financeiros para os seus negócios devido às mudanças climáticas. Os índices, na região, com base na análise de 800 empresas de 8 países latino-americanos (100 por país), são os seguintes: Brasil (46%), Peru (41%), Argentina (37%), Costa Rica (31%), Colômbia (30%), México (29%), Panamá (23%) e Equador (2%). Essas são algumas das conclusões da pesquisa “Avanços e desafios da gestão corporativa em aspectos de ESG na América Latina”, conduzida pela KPMG.
Em 2 de novembro, governos e empresas de todo o mundo assinaram a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo na COP 26. Ela estabelece o compromisso de destinar mais de US$ 12 bilhões de fundos públicos e US$ 7,2 bilhões do setor privado para deter e reverter a perda florestal e a degradação de terra em todo o mundo até 2030.
“Para a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento multissetorial composto por mais de 300 empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia, este acordo é certamente um dos principais legados positivos desta Conferência do Clima da ONU”, relata Vininha F. Carvalho.
A transição energética também é tema fundamental nas discussões do clima. A matriz brasileira tem uma participação de 48% de renováveis, segundo a Empresa de Pesquisa Energética. Em 2020, as hidroelétricas foram responsáveis por 65,2% do total de geração de eletricidade.
Com a estiagem, os níveis dos reservatórios estão muito baixos. Como solução de longo prazo, está sendo discutida a expansão baseada em térmicas a combustíveis fósseis. Estudo do Instituto Clima e Sociedade (ICS) considera que esse não é o caminho para preparar o setor elétrico brasileiro para futuras crises hídricas. De acordo com o ICS, deve ser considerada a expansão de fontes renováveis, como eólicas, cujo potencial no Brasil é muito grande.
“A COP 26 representa um momento decisivo, para que através do debate nos diversos fóruns possam ser traçadas metas capazes de garantir um futuro sustentável para o planeta Terra. A crise climática representa para todos nós uma situação extremamente complicada, especialmente, para as crianças que poderão sofrer mais severamente os seus efeitos desastrosos”, finaliza Vininha F. Carvalho.
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