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Psicóloga mostra a relação entre distúrbios mentais e drogas

31/8/2021 –

Entender a relação do uso de drogas com a deflagração de transtornos mentais ajuda a compreender com maior consciência os potenciais malefícios do uso de substâncias químicas.

De acordo com pesquisa conduzida pelo Instituto Centro de Estatísticas e Qualidade em Saúde Comportamental dos Estados Unidos, o uso crônico de algumas drogas pode levar a mudanças tanto a curto quanto a longo prazo no cérebro, o que pode levar a problemas de saúde mental, causando distúrbios mentais como paranoia, depressão, ansiedade, agressão, alucinações e outros problemas.

Muitas pessoas que são dependentes drogas também são diagnosticadas com outros distúrbios mentais e vice-versa. Em comparação com a população em geral, as pessoas viciadas em drogas são aproximadamente duas vezes mais propensas a sofrer de transtornos de humor e ansiedade, sendo que o inverso também é verdadeiro.

Em 2015, estima-se que 43,4 milhões (17,9%) de adultos com 18 anos ou mais tiveram alguma forma de doença mental (que não um transtorno relacionado ao uso de substâncias). Destes, 8,1 milhões tinham tanto um transtorno de uso de drogas quanto outra doença mental. Embora os transtornos de uso de substância geralmente ocorram com outras doenças mentais, muitas vezes não está claro se um ajudou a causar o outro ou se fatores de risco subjacentes comuns contribuem para ambos os transtornos.

Para ajudar nos esclarecimentos das principais dúvidas sobre o tema dos distúrbios mentais associados ao uso de substâncias, a psicóloga Cleuza Canan, fundadora da Clínica Psiquiátrica Cleuza Canan traz informações importantes.

Qual vem antes: distúrbios mentais ou o uso de drogas?

Saber a origem pode ser irrelevante em algumas doenças, enquanto em outras é crucial chegar à terapia mais eficaz. É o caso da comorbidade de distúrbios mentais e transtornos relacionados ao uso de substâncias, na qual o desconhecimento da patologia psiquiátrica subjacente ao vício em drogas pode levar ao fracasso terapêutico.

Cleuza Canan, explica que a comorbidade é “a concomitância no mesmo indivíduo de pelo menos um transtorno de uso de substância e outro transtorno psiquiátrico”. A especialista acrescenta que esses pacientes “são frequentes e apresentam maior gravidade, tanto do ponto de vista clínico quanto social, do que os sujeitos que sofrem apenas de um tipo de distúrbio (dependência ou outra doença psiquiátrica)”.

A questão que se coloca é: qual é a causa e qual é a consequência? Ou seja, as pessoas com patologias psiquiátricas têm maior tendência a consumir substâncias viciantes ou é a dependência de drogas que leva ao desenvolvimento de distúrbios mentais?

As doenças mentais como fator de vulnerabilidade

Canan é clara sobre a ordem mais frequente dos fatores. Estima-se que até 25% da população sofrerá de um distúrbio psiquiátrico grave em algum momento de suas vidas, diz ela. “Estes problemas são o principal fator de vulnerabilidade para que as pessoas que entram em contato com drogas fiquem dependentes”, diz ela, argumentando que, comparado com o grande número de pessoas que experimentam álcool, tabaco, cocaína, heroína e outras drogas, muito menos desenvolvem um vício.

Cleuza acrescenta que há também “pessoas que têm uma predisposição genética para sofrer de uma doença mental, ou seja, têm uma certa vulnerabilidade – a patologia está adormecida ou latente – e devido ao consumo de uma certa substância acabam desenvolvendo-a”.

Tratamento mais apropriado para os distúrbios mentais associados a drogas

O tratamento desses pacientes é complexo, mas existem medidas terapêuticas eficazes. Canan considera que o mais importante é “localizar a patologia psiquiátrica e tratá-la; é essencial procurar a origem do abuso de drogas, que é quase sempre uma doença mental”.

Cleuza Canan, por outro lado, assinala que é muito importante “trabalhar em equipes multidisciplinares e enfrentar os dois problemas ao mesmo tempo”. O primeiro passo seria “realizar uma boa desintoxicação e estabilização a fim de poder fazer um bom diagnóstico diferencial. Há pessoas que, devido ao uso de drogas, desenvolvem outra patologia mental e outras nas quais observamos que a patologia associada enfraquece”.

A imagem de uma pessoa que sofre de doença mental e abuso de substâncias devido à separação de seus pais, tendo uma família desfeita ou vivendo em um bairro marginalizado, não corresponde à realidade de todos os pacientes com distúrbios mentais comórbidos, que podem pertencer a qualquer estrato socioeconômico. “Embora os pacientes com distúrbios mentais e dependentes químicos surjam das mais variadas classes sociais, ter apoio social e familiar adequado é importante para a eficácia do tratamento”, diz Canan.

Além disso, atualmente, há uma tendência crescente das pessoas que se envolvem com o uso de drogas para o uso de várias substâncias ao mesmo tempo. Embora Canan confirme a situação, ela diz que “o álcool, a maconha e a cocaína são as substâncias mais comuns”.

Como lidar com os pacientes com ambos os distúrbios mentais

A atitude do ambiente da pessoa afetada tem uma grande influência no início e no bom acompanhamento do tratamento da comorbidade entre o uso de drogas e outros distúrbios mentais.

Entre fatores a serem zelados estão: o envolvimento da família durante o processo é vital, uma vez que eles devem aceitar a doença, saber sobre ela e seguir as indicações dos profissionais; rotular os paciente como viciados ou preguiçosos não ajuda a entender sua patologia e iniciar a terapia mais apropriada.

Na Clínica Cleuza Canan, que tem experiência no tratamento de transtornos mentais ligados ao uso de drogas, essas orientações são seguidas à risca pela equipe multiprofissional a fim de obter os melhores resultados terapêuticos possíveis. Mais informações sobre como tratar os distúrbios mentais associados a dependências químicas são encontradas no artigo do blog Cleuza Canan: https://clinicacleuzacanan.com.br/blog/disturbio-mental/

Website: https://clinicacleuzacanan.com.br/blog/disturbio-mental/

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