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Empreendedorismo cresce no setor de saúde e amplia a eficiência e modernização da área

Rio de Janeiro 10/8/2021 – O SUS não é ruim, oferece tratamento para todos sem custo. Mas está desatualizado e sucateado, não acompanhou a evolução que a medicina teve nos últimos anos

Novas habilidades e conhecimento do sistema são essenciais para atuar com segurança em um novo projeto nessa fatia de mercado

O ano de 2020 se mostrou decisivo para a saúde. Especialistas do setor são unânimes em afirmar que, diante da maior crise sanitária deste século, os profissionais da saúde precisaram se reinventar para enfrentar as adversidades e as mudanças impostas pela pandemia de Covid-19. Muitos enxergaram na crise a possibilidade de empreender ou ampliar seu negócio.

O empreendedorismo na saúde nunca esteve tão em alta como no último ano no Brasil. O número de profissionais da saúde, especialmente médicos, que decidiram abrir ou ampliar seu próprio negócio se insere no cenário de crescimento do empreendedorismo brasileiro em 2020, quando foram contabilizados 1,49 milhões de novos CNPJs, de acordo com dados do Governo Federal.

Este cenário positivo para novos empreendedores só reforça a tese de que em tempos de novas tecnologias e de práticas inovadoras no setor, os profissionais de saúde que desejarem estar na linha de frente do que existe de mais moderno, no que abrange à medicina, precisam estar preparados para essas e muitas outras mudanças que virão no futuro próximo.

Fundador do Vita Clínicas e da ONG Instituto Vita, o ortopedista Wagner Castropil, especialista em cirurgia de ombro e joelho, é um exemplo de profissional que aliou sua prática profissional ao empreendedorismo. Além de visão empreendedora, o médico se especializou em gestão para comandar a clínica.

Mas médicos têm, de fato, perfil para se tornarem bons empreendedores? Na avaliação de Castropil, sim. Para isso, ele acredita que o profissional deve estar sempre atento a oportunidades de melhorias em sua área de atuação e ser estimulado a desenvolver seu perfil empreendedor desde a faculdade.

No entanto, o ortopedista enfatiza que é necessário desenvolver habilidades e ter conhecimento de todo o sistema para que um projeto no setor seja bem-sucedido. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de 24% da população brasileira recorre à saúde suplementar, ou seja, a clínicas particulares. E é nesta fatia de mercado que o médico empreendedor tem chances de crescimento, mas precisa dominar os pré-requisitos que envolve a área.

“São muito elos, da indústria ao médico, dos hospitais às fontes pagadoras de saúde suplementar, do paciente ao distribuidor, são muitos players envolvidos e o gestor/empreendedor deve conhecer todo o sistema para atuar na cadeia como um todo”, explica.

Wagner Castropil argumenta que as empresas deveriam propiciar ambientes de empreendedorismo e valorizar quem os promove. De uma maneira geral, empreendedorismo significa extrair valor de algo ou de uma situação. E na saúde não é diferente.

“Um médico que trata determinada doença, ou situação, e que desenvolve uma técnica que tem menos riscos e que possibilita uma recuperação mais rápida dos pacientes é um exemplo disso. É um empreendedorismo, pois o sistema ganha em eficiência”, aponta.

O ortopedista ilustra este exemplo citando o médico alemão Gerhard Küntscher que durante a 2ª Guerra Mundial desenvolveu uma haste metálica para ser inserida dentro do canal do fêmur, o que permitiu que os soldados voltassem mais rapidamente aos campos de batalha.

Wagner Castropil defende que é necessária uma mudança de mentalidade no sistema de saúde.

“O sistema hoje beneficia quem fica doente e não quem está saudável. O hospital ganha quando o paciente fica internado, o médico ganha se o paciente opera e assim por diante. O modelo deveria beneficiar quem fica saudável. O sistema deveria estimular quem cuida da saúde das pessoas com medidas de promoção de saúde e mudança de hábitos de vida”, ressalta.

O médico também enfatiza a importância do Sistema de Saúde Pública (SUS), que foi testado em seus limites desde que a pandemia se instalou no Brasil, e sobre a importância de novos investimentos para que o SUS possa acompanhar a evolução do setor.

“O SUS não é ruim, oferece tratamento para todos sem custo. Mas está desatualizado e sucateado, não acompanhou a evolução que a medicina teve nos últimos 15/20 anos. E como a medicina está evoluindo muito rápido, com novas e caras tecnologias, existe a necessidade de recursos muito maiores”, avalia, ressaltando o quanto o empreendedorismo desenvolvido por cada profissional pode contribuir para a modernização e eficiência do sistema de saúde.

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