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Número de investidores na bolsa cresce 43% em 2021, mas medo ainda é entrave

Rio de Janeiro 24/9/2021 –

O Brasil ultrapassou a marca de 3,8 milhões de contas cadastradas na B3 em junho de 2021, um aumento de 43% em relação aos 2,2 milhões em 2019. Ainda assim, sete em cada dez brasileiros não têm o costume de investir, conforme pesquisa do Reclame Aqui

Cresce o número de investidores brasileiros. É o que indicam os dados divulgados pela B3 – bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. Segundo o levantamento, feito com base no banco de dados da própria bolsa, o país ultrapassou a marca de 3,8 milhões de contas cadastradas em junho de 2021, considerando investidores em renda variável, como ações e fundos de investimento imobiliário. Trata-se de um aumento de 43% em relação aos 2,2 milhões em 2019.

Ainda segundo a sondagem, cresce o número de jovens investidores com idades entre 25 a 39 anos, com quantidades menores de dinheiro. Em 2021, a mediana da primeira aplicação é de R$ 352, enquanto no ano anterior a aplicação inicial dos investidores girava em torno de R$ 985.

Entre outros pontos destacados pela B3, a distribuição geográfica também tem chamado a atenção. Embora o Sudeste ainda concentre o maior número de investidores, outras regiões apresentaram maior aumento relativo na comparação entre 2018 e 2021. No período analisado, houve um crescimento de 575% e 486% apenas no Norte e Nordeste, respectivamente.

Ainda assim, sete em cada dez brasileiros (71,8%) não têm o costume de investir, conforme revelou pesquisa do Instituto Reclame Aqui. Falta de conhecimento, medo de perder tudo, pensar que não tem o valor suficiente para investir e não gostar de arriscar estão entre os principais entraves destacados pelos participantes do estudo.

De acordo com Ana Brez, que já atuou como gerente de contas bancárias e é profissional do mercado financeiro há mais de 11 anos, os números demonstram que, embora o número de investidores cresça no país, ainda há um grande número de brasileiros que precisam de conhecimento para perder o medo de investir.

“As perdas fazem parte do processo de aprendizado. Por isso, é importante diversificar os investimentos, estudar sempre e saber por que você está fazendo cada uma das suas aplicações”, afirma.

Para Brez, cada brasileiro é um investidor em potencial, bastando prestar atenção a certas recomendações para perder o medo de investir. A seguir, ela detalha cinco pontos:

1 – Conhecer o próprio perfil de investidor e respeitá-lo

Segundo a especialista, há diferentes perfis e tipos de ativos indicados para cada um, como “Conservador”, “Moderador” e “Arrojado ou Agressivo”.

“Para começar, ‘Conservador’ é aquele tipo de investidor que prefere ter segurança, mesmo que isso signifique menor lucratividade. Os investimentos mais indicados são aqueles de renda fixa. Já para o ‘Moderador’, que tolera um pouco mais de risco, mas ainda preza pela segurança do seu capital, a maior parte da carteira de investimentos pode ser alocada em títulos de renda fixa”, explica.

Para Brez, o investidor “Arrojado ou Agressivo”, por sua vez, é aquele que entende que para conseguir maior rentabilidade é preciso correr mais riscos. “Este é o investidor que consegue tolerar melhor a volatilidade do mercado enquanto está acumulando capital, e por isso terá a maior parte do seu capital aplicado em renda variável”, acrescenta.

2 – Traçar metas para o dinheiro

Segundo a profissional do mercado financeiro, os investimentos escolhidos devem estar de acordo com o objetivo que se tem para o dinheiro aplicado.

“É fundamental que você tenha metas bastante claras. Ou seja, quanto de dinheiro será preciso para realizar um determinado sonho e em quanto tempo. Somente com as metas definidas você conseguirá escolher qual é o melhor investimento para o seu dinheiro”, diz.

3 – Traçar uma boa estratégia de investimentos

Após ter estudado e descoberto o próprio perfil, já com as metas prontas, segundo Brez, chega o momento de traçar uma meta de investimento.

“Reserve todos os meses uma quantia para investir e saiba que parte do dinheiro deve ir para a reserva de emergência, outra parte para a realização das suas metas de curto, médio e longo prazo”, destaca.

4 – Estudar sobre os produtos financeiros

Na visão da especialista, quanto mais se sabe sobre as condições do investimento, suas características, seu prazo para aplicação e para saque, quais os riscos envolvidos e qual a expectativa de retorno, mais seguro o investidor se sente ao aplicar o seu dinheiro.

“O medo vem de não saber o que está fazendo, já dizia o investidor mais famoso do mundo, Warren Buffett”, cita.

5 – Começar aos poucos

Ainda de acordo com Brez, começar aos poucos é o ponto mais importante para investir sem medo.

“Abra a conta na corretora de valores, comece a fazer a sua reserva de emergência e escolha uma ou duas opções de investimentos diferentes em renda fixa. E, somente quando se sentir mais seguro, parta para a renda variável. Mesmo assim, comece investindo pouco dinheiro para entender como funciona a compra e venda de ações”, aconselha.

Para concluir, Brez destaca que o medo de investir pode ter um lado positivo, uma vez que protege o investidor de fazer o que não deveria. “Eu sempre digo que o medo é um excelente meio de proteção quando usado a seu favor. Se você fizer tudo o que é necessário, você não terá medo de fazer o que é certo. Além do mais, quando sentir medo, será um sinal que precisa estudar mais antes de tomar essa decisão”, finaliza.

Para mais detalhes, basta acessar o perfil de Brez: @anabrez

Website: https://www.instagram.com/anabrez/

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