Notícias

Calote na compra de vibrador cujo material foi desenvolvido pela Nasa acaba na justiça amapaense

Ingrid Ióli, empreendedora no ramo de produtos eróticos no Amapá, entrou com processo de execução judicial em uma das unidades do Super-Fácil contra uma de suas clientes, pelo não pagamento de um estimulador sexual tipo vibrador de última geração. O produto em questão, é de um modelo Cyberskin, desenvolvido pela Nasa, que imita a pele humana, possui rotação automática, níveis de temperatura e pode vibrar em até 12 velocidades.  A audiência virtual, ocorreu na manhã de quarta-feira 12/04, no escritório de advocacia Alencar e Mira.

De acordo com Ingrid, mais conhecida por Camapu Sexy (nome utilizado nas redes sociais para a comercialização dos produtos eróticos), ela foi lesada, e tem todo direito de receber pelo produto, que foi vendido há mais de um ano.

Ingrid Ióli é empreendedora no ramo de produtos eróticos no Amapá

Ao portal Elas Informam, a empreendedora informou que a venda aconteceu no final do mês de abril de 2021, quando a ré foi até sua residência na companhia de amigas: “Quando ela chegou em casa, ficou encantada com o vibrador, devido ser muito parecido com nossa pele, ter várias velocidades, ser flexível para todos os lados, além de outras especificidades. As amigas dela, compraram e efetuaram o pagamento, ela por sua vez, propôs fazer uma permuta (levava o “brinquedo” e em troca pagava com procedimentos estéticos), eu aceitei, pois, seria um presente para minha mãe, mas esses procedimentos nunca aconteceram, ela nunca tinha tempo e também não me pagou. Eu dei um desconto para ela e saiu no valor de R$ 350,00”. Disse Ingrid.

Após várias cobranças pelo procedimento estético, a empresária resolveu pedir o valor total do vibrador, recebendo apenas uma pequena parte no dia 02 de dezembro, com a promessa de receber o restante no pagamento do 13º salário, o que não aconteceu.

Print fornecido pela empresária, onde a cliente prometia pagar, mas nunca aconteceu

Cansada de cobrar por mais de um ano, Ingrid iniciou o processo judicial, o que segundo ela, foi difícil e constrangedor, já que sentiu preconceito por parte do atendente: “O rapaz que me atendeu foi muito relutante em abrir o processo, insistiu várias vezes para que eu continuasse cobrando a dívida por telefone, tudo o que eu já tinha passado um ano fazendo. Eu não sei porque ele agiu assim, cheguei ate falar que os produtos que eu vendo eram como qualquer outro, era um trabalho digno, a única diferença que era de Sex Shop. Infelizmente eu sofri preconceito nessa parte”, destacou ela.

Após várias insistências, o processo foi aberto no dia 06 de setembro de 2022 e quando a acusada recebeu intimação, tentou cancelar o processo sem o consentimento da autora, tentando repassar após anos o valor restante, o que Ingrid não aceitou.

Na noite da terça-feira,11, um dia antes da audiência, a ré enviou mensagem de texto pedindo para que Ingrid aceitasse um valor e informasse a Justiça, como a audiência seria pela manhã, ela preferiu esperar junto ao seu advogado. No horário definido para a audiência virtual acontecer, a requerida não participou e de acordo com advogado de acusação Cayo Mira, quando a parte acusada não aparece, é julgada à revelia: “Os processos no Juizado Especial quando a parte inquirida não aparece, são julgados à revelia, seguem conclusos para o juiz, que será o responsável por julgar os casos de acordo com as provas existentes no processo. Agora aguardaremos essa decisão, para que o valor devido seja executado”. Finalizou ele.

Ao ser questionada pelo portal sobre o caso, Ingrid afirma que é uma situação lamentável, essa é a segunda vez que é lesada por uma cliente, na primeira deixou passar, mas agora não deixará, e que merece respeito pelo trabalho que escolheu, mesmo sendo julgada por atuar como vendedora de produtos eróticos.  “Eu resolvi cobrar até o último centavo, as pessoas tem que entender que eu sobrevivo das minhas vendas, sustento a minha família e mereço respeito. Sofro preconceito todos os dias, sou julgada, escuto chacotas, piadas, termos pejorativos que me entristecem como empreendedora, e ainda chega um ser humano ao qual eu tinha carinho e confiança e decide que vai me dar calote, tira praticamente o leite da boca do meu filho. Para mostrar minha honestidade e o meu valor, não passo mais pano para esse tipo de gente. Se me deve, vai pagar, nem que seja pela justiça”. Finalizou.

O Elas Informam aguardou a decisão do juiz antes de divulgar a reportagem e hoje pela manhã, a equipe foi informada que a ré foi até a justiça e efetuou o pagamento do valor devido. 

Nossa equipe fica na torcida para que nenhuma outra mulher passe por situações constrangedoras ao lutar para ter seu direito garantido, seguimos pedindo menos preconceito e mais respeito para as mulheres que ousam empreender no Amapá.

Sobre as características do produto Cyberskin

Diz-se que este material é inteligente pois é capaz de reter sua forma original mesmo quando esticado ou manuseado. Estudos garantem que a elasticidade e capacidade de adaptação são notáveis. Além disso, é capaz de absorver e reter calor. Diferente do silicone, é um material poroso. Outra característica que o torna atraente para a confecção de alguns itens é o fato de não ser “grudento”

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo