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Cortejo Artístico, Concurso de Narrativas e Torneio de Futebol encerram programação da Campanha Vozes do Bailique

          Em uma programação diversa e cultural realizada em Macapá e no Arquipélago do Bailique, a campanha Vozes do Bailique, promovida pela Associação Gira Mundo, encerrou suas atividades no último fim de semana. As ações buscaram despertar o olhar da população amapaense, principalmente da juventude, em defesa da região ameaçada pelas mudanças climáticas, e na para a próxima eleição de representantes que tenham em pauta esta causa.

          O cortejo Artístico que trouxe como tema ‘Vozes do Bailique: Cultura e Clima em Harmonia’, uniu arte, cultura e a luta pela preservação. A caminhada percorreu uma das principais ruas do Centro de Macapá, e fez paradas estratégicas com a realização de performances, e com depoimentos de moradores da região e de representantes do Ministério da Cultura e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Imagem divulgação

          Durante as performances foram retratados três fenômenos que são agravados pela crise climática e têm impacto direto na população: a salinização da água, a erosão das terras e as queimadas.

          “Só vivenciando essa realidade para ter uma noção do que é ter a sua realidade atravessada pelas mudanças climáticas, por esses problemas ambientais. E nós podemos sentir isso aqui com as apresentações artísticas também. A a gente vem sendo historicamente normalizado com esses problemas. Quando a gente leva isso pra frente das pessoas, dos tomadores de decisão, eu sempre escuto a mesma coisa, que: ah, sempre foi assim. Queremos tornar o Bailique independente, e que não receba apenas ações paliativas”, expressou Elias dos Anjos, morador do Arquipélago.

          O Superintendente do Iphan no Amapá, Michel Flores, ressaltou durante o cortejo, a importância da região para manter vivo o registro de patrimônio imaterial existente no lugar.

          “A gente tem, lá no Sucuriju na pesca artesanal com o arpão que ela tem potencial para registro enquanto patrimônio imaterial brasileiro. E com esses fenômeno das mudanças climáticas, parte da nossa história vai se perdendo. O Bailique tem uma população específica, pessoas que viveram lá que trazem essa herança dos primeiros indígenas e colonizadores e que naquele contexto desenvolveram as suas próprias práticas que contam um pouco sobre seu dia a dia, a sua forma de fazer e a sua forma de viver. Se as pessoas saírem de lá, o que vai acontecer? Essas histórias vão começar a se perder. Então a gente vai começar a perder um pouco de uma identidade específica do estado do Amapá que está localizado naquela região”, declarou o Superintendente.

Concurso Cultura Vozes do Bailique

          Outra atividade desenvolvida pela Campanha foi o concurso de narrativas ‘Vozes do Bailique’, que contou com a parceria de coordenação do Grupo de Integração Socioambiental e Educacional, da Universidade Estadual do Amapá (Ueap). Os jovens da comunidade inscritos produziram textos e vídeos com o tema voltado para crise climática da região. As produções foram premiadas com valores em PIX.

          “Quero agradecer a Asssociação Gira Mundo por esse projeto maravilhoso, que está trabalhando com os jovens que hoje tem poucos incentivos. Esperamos que o projeto continue”, expressou a moradora Daiane Tolosa.

          O primeiro lugar (R$250,00) foi para Vinicius Sarges Marques, com o texto ‘A Lenda de Koatá’; em segundo lugar (R$150,00), Nádia dos Anjos, com o texto ‘Rios e Igarapés’ e em terceiro lugar, (R$100,00) Tatyane Farias, com produção de vídeo ‘Voz do Bailique’.

Futuro em jogo

          Ainda como parte da programação, a Associação realizou no último domingo, 27, na comunidade de Jaranduba, no Arquipélago do Bailique, o torneio ‘Futuro em jogo’, que reuniu times de futebol feminino e masculino, em um disputa que buscou ofertar não apenas prêmio em dinheiro, mas também conscientizar a juventude local sobre a importância da preservação do meio ambiente e de uma relação mais sustentável com a floresta e os rios.

Imagem Divulgação

          Antes do início das disputas os participantes puderam ouvir da equipe organizadora, o objetivo principal da ação. A moradora Natália Vilhena, jogadora do time da comunidade de Jaranduba apontou os problemas ambientais, bem como, a ausência do poder político na defesa do território.

          “Nosso Bailique praticamente está abandonado pelos poderes públicos, representantes do governo. E sempre colocam propostas que não são verdadeira, ou que não são cumpridas. Nós temos esses fenômenos presentes, e quando chega essa época eles mandam uma ajuda que nem consegue atender a toda população. E por isso a gente precisa de um olhar mais preciso do poder público e dos candidatos que forem eleitos”, disse a jogadora Natália Barbosa.

          Levaram o título no torneio masculino (sub-20) com o prêmio de R$500 o time Vila Real, da comunidade Vila Progresso, e no feminino (16 a 29 anos), o time Águias do Zona Sul, da comunidade Freguesia.

          As ações encerraram com o ‘Festival Vozes do Bailique’, que contou recital infantil, atrações musicais, DJ e um bingo com diversos prêmios, na sede da comunidade Jaranduba.

          A campanha ‘Vozes do Bailique’ é um projeto realizado com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Edital de Inovação e Aceleração na Região Amazônica (IARA).

Serviço

Assessoria de Comunicação Gira Mundo

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