Epidemiologista da Fama traz orientações para tornar a rotina mais segura durante a quarentena
Em meio à pandemia do coronavírus (covid-19), boa parte da população ainda está cercada de dúvidas sobre a transmissão da doença e como se prevenir. Diante desse cenário, Patrício Almeida, epidemiologista com mestrado em Ciências Farmacêuticas e doutorado em Engenharia Biomédica e docente de cursos da área de Saúde da Faculdade de Macapá (Fama), compartilha orientações gerais sobre a higienização correta das mãos, o uso do álcool gel e a necessidade das máscaras, além de medidas que devem ser adotadas em locais compartilhados ou no caso de precisar sair de casa.
Para Patrício, além de higienizar as mãos com frequência, é importante estar sempre atento para evitar tocar olhos, bocas e nariz. Em relação ao álcool gel, o especialista ressalta que o hábito deve ir além da prevenção do coronavírus. “Usem sempre que sentir necessidade. Limpem as mãos com frequência, principalmente, após tocar superfícies que possam estar infectadas ou passar, mesmo que rapidamente, por locais públicos ou compartilhados, como o elevador, que conta com grande fluxo de pessoas apertando os botões”, afirma.
Álcool gel ou água e sabão?
Patrício explica que o álcool gel é uma ótima opção, não apenas para diminuir a transmissão do coronavírus, mas também de todas as viroses respiratórias. Porém, o produto não é mais eficiente do que água e sabão. “A higiene das mãos é fundamental para evitar viroses, lembrando que são elas que podem deslocar os micro-organismos presentes nas superfícies para o nosso rosto e mucosas. A eficácia dos produtos acontece porque o coronavírus é revestido com uma camada de gordura que o protege. Quando em contato com sabão ou álcool, por exemplo, a camada se dissolve, matando o vírus. O álcool é um ótimo aliado para levar na bolsa e usar ao longo do dia, mas o ponto mais importante da prevenção é a lavagem correta das mãos”, reforça.
Atenção às roupas
Para aqueles que precisarem sair de casa durante a quarentena, o/a especialista esclarece que o ideal é chegar em casa, separar as peças e seguir para o banho, antes de qualquer contato interpessoal com os familiares. “Ainda não está claro por quanto tempo o vírus pode sobreviver em roupas e outras superfícies mais difíceis de desinfetar. Ao chegar em casa, não entre com sapatos ou chinelos. Deixe estes fora de casa, usando uma bacia com hipoclorito à 0.1%, para limpeza da sola do sapato, sem tocar no piso. Separe dois jogos de roupas para transitar na rua e, ao retornar, lave-as. Não abrace, beije ou aperte a mão dos familiares antes de tomar banho. Lave as mãos com frequência com água e sabão, de 40 a 60 segundos”, explica o docente da Fama.
Uso consciente das máscaras
O uso da máscara também tem causado muitas discussões em todo o País. Sobre esse tema, o epidemiologista reforça que os equipamentos são indicados, principalmente, para profissionais de saúde e pessoas com quadro confirmado ou suspeito de Covid-19. “Sintomas como tosse, falta de ar, coriza e febre demandam esse equipamento para evitar o contágio. Indivíduos que ficam no mesmo cômodo de alguém com confirmação da doença também podem usá-la como proteção”. Nesses casos, o mais indicado é o isolamento social e, dentro de casa, é preciso manter o distanciamento. “Cada um deve ficar em um cômodo. Se não for possível, o certo é ter dois metros de distância entre os moradores”, argumenta.
Por fim, o especialista faz uma recomendação simples, mas primordial, principalmente em tempos de confinamento: a necessidade de exposição ao Sol, em horários de pico (às 7h e às 12h), por cerca de 10 minutos, como forma de ampliar a produção de vitamina D. “É um hormônio que auxilia na potencialização da resposta imune inata, em especial para os grupos mais vulneráveis”, encerra.