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Imagens verdadeiras são minoria em grupos do WhatsApp

Novo levantamento realizado no Brasil analisou os conteúdos compartilhados em mais de 300 grupos no aplicativo entre agosto e outubro.

 

 

Um novo estudo realizado por professores universitários e por uma agência de checagem de fatos analisa os tipos de conteúdos compartilhados pelos brasileiros no WhatsApp, que vem sendo apontado como vetor de disseminação de notícias falsas no país, especialmente durante o período eleitoral. As informações são da Agência Brasil e da Agência Lupa.

 

Conforme as reportagens citadas acima, o levantamento em questão, que foi realizado por Pablo Ortellado, da USP, Fabricio Benvenuto, da UFMG, e pela Agência Lupa, analisou um total de 347 grupos monitorados pelo projeto Eleição sem Fake, da universidade mineira, entre 16 de agosto e 7 de outubro. Neste período, os grupos reuniram mais de 18 mil usuários, que trocaram cerca de 846 mil mensagens, incluindo textos (562.866), vídeos (71.931), links (90.962) e imagens (107.256).

Entre as 50 imagens (com foto e texto) mais compartilhadas nesses grupos durante esses quase dois meses, a pesquisa descobriu que apenas 4 (8%) delas poderiam ser consideradas verdadeiras, incluindo uma do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) em uma maca e outra do autor da facada contra o candidato, Adélio Bispo de Oliveira.

Deste total, foram encontradas ainda 8 (16%) imagens falsas, incluindo uma com a ex-presidente Dilma Rousseff com Che Guevara; 4 imagens (8%) insustentáveis – quando os conteúdos não se baseiam em nenhum banco de dados público confiável; e 9 imagens com fotos reais, mas com alusões a teorias da conspiração não comprovadas. Vale citar ainda que foram descobertas 7 imagens com fotos reais, mas tiradas de contexto, 3 consideradas sátiras, 6 associadas com textos de opinião (que não são checados pela agência) e mais 3 que não foram analisadas uma vez que houve possibilidade de confirmar se as fotos foram feitas no Brasil.

No total, mais da metade (56%) das imagens que mais circularam nos grupos de WhatsApp analisadas no levantamento foram consideradas “enganosas”, conforme aponta a Agência Brasil.

Pedidos ao WhatsApp

Em um artigo publicado no The New York Times sobre o levantamento, os autores do levantamento destacam ter feito três pedidos ao WhatsApp com base nas suas descobertas para diminuir a disseminação de informações no país pela plataforma até o segundo turno das eleições, programado para acontecer em 28 de outubro. A lista inclui três solicitações: diminuir o limite de encaminhamentos para até cinco contatos de uma vez, como já acontece na Índia; restringir o total de contatos para os quais é possível enviar uma mensagem (hoje o limite é de 256 contatos, no país); e limitar o tamanho de novos grupos criados nas próximas duas semanas.

No entanto, o WhatsApp respondeu dizendo que não teria tempo para implementar as mudanças. “Nós discordamos: na Índia, levou apenas alguns dias para o WhatsApp começar a fazer esses ajustes. O mesmo é possível no Brasil.”

 

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