O combate à Intolerância Religiosa e Racismo em debate no Amapá
O Estado do Amapá absorve um conjunto de tradições, lendas, crenças e costumes típicos de um povo que tem uma cultura rica em saberes populares, culinária, dança e arte. Traz ainda diversas influências indígenas, africanas e religiosas. Mas o amapaense, como o resto do país, também sofre com o racismo e intolerância religiosa, a cidade tem uma demanda gigantesca por diversas políticas públicas que solucionem os principais problemas sociais.
Para abordar esses temas, o Dr. Prof. Babalawô Ivanir dos Santos, cumpre agenda social, política e educacional no Norte, esteve ontem, no bairro do Laguinho, no gabinete de Maria Carolina, diretora-presidente do IMPROPIR – Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
“É uma honra receber o babalawô Ivanir dos Santos, sabemos o destaque que ele tem nacionalmente e a importância dele para o desenvolvimento do negro, nós estamos construindo o nosso comitê de combate a intolerância religiosa, e esse diálogo para o senário nacional é muito importante a nível de município também”, destacou Maria Carolina, que presenteou Ivanir com a cartilha: “Ecoando Marabaixo na Ciranda dos Saberes”, que estão sendo destinadas às escolas municipais que possuem Ensino Fundamental I, de 1° a 5° ano, para serem utilizadas dentro das salas de aula trabalhando a inclusão e o desenvolvimento cultural.
Para o Dr. Marcos Vinicius de Freitas Reis, o encontro ganhou ideias e reforços para uma construção acadêmica. “Ter o Ivanir, professor da UFRJ do curso de história comparada fortalece o nosso debate em respeito às questões da intolerância religiosa e racismo religioso. Para aumentar esse diálogo acadêmico, principalmente na formação de professores e projetos de pesquisa nessa pauta”, declarou o Diretor do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas e Docente da Universidade Federal do Amapá – UNiFAP.
Um histórico singular. Há 40 anos atuando em prol das liberdades, dos direitos humanos e das pluralidades. O Babalawô Ivanir dos Santos – Pós-doutorando em História Comparada (PPGHC/UFRJ), dos muitos títulos, é Membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). Conselheiro Estratégia do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP). Interlocutor da CCIR – Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.
A parceria pretende fomentar a necessidade de equidade étnico-racial no acesso aos direitos e às políticas públicas dos povos tradicionais. A agenda contou ainda com a participação de Aluízio Carvalho, do movimento negro do Amapá.
Rozangela Silva
O preconceito religioso e racial, como todas as demais formas de preconceito, é um vício social abominável.
I – RACISMO
As ofensas preconceituosas e desprezíveis que se vê todos os dias, sobretudo nas redes sociais, contra nossos irmãos negros, são próprias de pessoas frustradas, de almas pequenas, criaturas carentes, que para se afirmarem na vida como homens ou mulheres precisam transferir para os outros os seus próprios problemas, suas impotências, caprichos reprimidos, fracassos e frustrações.
Infelizmente, a sociedade moderna é globalmente racista e extremamente hierarquizada, e o Brasil é um dos países onde mais se verifica violência contra negros.
De acordo com a “ONU Mulheres Brasil” (entidade das Nações Unidas para o Empoderamento da Mulher), “TODO ANO CERCA DE 23 MIL NEGROS SÃO ASSASSINADOS NO BRASIL. SÃO 63 POR DIA. UM A CADA 23 MINUTOS.” [FONTE: https://nacoesunidas.org/onu-mulheres-chama-de-escandalo-morte-de-23-mil-jovens-negros-por-ano-no-brasil ]
Ou seja: um verdadeiro expurgo da raça negra ocorre todo ano em nosso país, e esse extermínio racial, que presenciamos diariamente, apesar de nos causar revolta e comoção, tem sido infelizmente uma prática comum no mundo inteiro.
O preconceito racial, porém, não é um sentimento que brota de repente, da noite para o dia. Ninguém nasce racista !!
O racismo, como todas as demais formas de preconceito, é produto de um aprendizado que tem suas raízes, muitas vezes, no seio da própria família. Lamentavelmente !!
Os que alimentam essa insana ilusão de superioridade racial sobre os negros deveriam lembrar , antes de tudo, que somos todos produto de semelhante genética e filhos de um mesmo Deus, e neste sentido, não podemos negar que somos todos irmãos.
II – INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Para além do debate de cunho religioso, é importante pontuar que se desejamos uma sociedade mais justa, fraterna e solidária, temos – todos -, de aprender a conviver com as diferenças.
Se não apreciamos uma determinada doutrina religiosa, em razão dos seus princípios, crenças, dogmas e tradições, devemos pelo menos respeitar os que cultivam aquela fé, pois neste mundo material ninguém pode se declarar dono da verdade.
Os valores e crenças que na vida cultivamos e que nos fazem felizes, podem não ser os mesmos valores e crenças que tornam felizes outras pessoas.
O ideal é que cada um de nós viva sua própria vida sem se intrometer na vida dos outros, sem julgar os outros em razão dos seus costumes, crenças ou tradições.
Somente ao Criador cabe julgar suas criaturas. Deixemos, pois, que Deus – e somente Ele -, julgue a cada um de nós, e paremos de julgar uns aos outros.
Afinal, como já se disse antes, somos todos produto de semelhante genética e filhos de um mesmo Deus.
LINK DA INFORMAÇÃO CONSTANTE DO COMENTÁRIO ACIMA PUBLICADA NO SITE DA “ONU Mulheres Brasil”
http://www.onumulheres.org.br/noticias/23-mil-jovens-negros-assassinados-por-ano-e-um-escandalo-diz-nadine-gasman-representante-da-onu-mulheres/