Polícia Federal conclui investigações sobre “apagão” no Amapá e indicia três funcionários da LMTE.
A Policia Federal do Amapá indiciou três diretores da empresa LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia), após concluir investigações sobre “apagão” no Amapá em novembro de 2020. O inquérito policial instaurado para apurar responsabilidades pelo ocorrido, foi encerrado e enviado ao Ministério Público federal para avaliação da denúncia.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações apontam três diretores da empresa como responsáveis pela interrupção da energia elétrica que atingiu 13 dos 16 municípios do estado. Segundo a nota da PF, os responsáveis foram indiciados pelo crime previsto no artigo 265 do Código Penal Brasileiro: Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública.
Se condenados, podem cumprir reclusão de um a cinco anos, além do pagamento de multa. O indiciamento se deu em razão de a empresa ter sido omissa na manutenção do gerador reserva. Este apresentou defeito e ficou inativo por um ano e sem passar por reparo pela LMTE.
A PF informou ainda em nota que foi constatado que entre o fim de 2019 e a data do ocorrido, a empresa fez várias programações para reparo no gerador em questão, mas em nenhuma delas houve de fato correção do problema.
Em nota, a Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) informou que não foi notificada pela Polícia Federal.
Apagão
O estado do Amapá viveu o verdadeiro caos em 2020, além da pandemia que o mundo já estava sofrendo, no dia 3 de novembro de 2020, um incêndio em um dos geradores da subestação que fornece energia elétrica para o estado, causando o maior blackout da história do Amapá, desde o ano de 1999.
O fogo se desencadeou em uma peça conhecida como “bucha” e inativou o gerador 1 da principal subestação de energia do estado, localizada em Macapá. O laudo realizado por peritos da Polícia Federal na peça, que foi enviada a Santa Catarina para uma empresa especializada nesse tipo de equipamento, não foi capaz de elucidar a causa do incêndio: se foi erro humano, sobrecarga, causa natural (raio, por exemplo) ou mesmo um ato criminoso.
Quando o gerador um se incendiou, automaticamente o segundo deveria entrar em funcionamento para trabalhar em conjunto com o terceiro. Ocorre, como já citado, que o segundo gerador, por omissão da LMTE, estava danificado há cerca de um ano. Assim, apenas o terceiro gerador de energia ficou com toda a carga e terminou superaquecendo. Fato que gerou a interrupção de energia nos 13 municípios amapaenses.