Você sabe como está a sua creatinina?
Na semana do Dia Mundial do Rim especialista alerta para a importância de incluir indicadores renais, como a creatinina, no check-up anual; exame pode auxiliar no diagnóstico precoce da Doença Renal Crônica
Os rins desempenham um papel fundamental no organismo, atuando na filtragem do sangue, remoção de toxinas, produção de hormônios e equilíbrio hídrico do organismo.
Entre os resíduos do nosso metabolismo está a creatinina, substância produzida pelos músculos. Ela é eliminada do corpo pelos rins, por meio da urina, e a sua concentração no sangue é um importante indicador da função renal.
“A Doença Renal Crônica (DRC) é silenciosa e os sintomas geralmente aparecem apenas em estágios avançados e com poucas opções de tratamento. Por isso, é tão importante acompanhar de forma preventiva e regular alguns indicadores de saúde renal, como a creatinina e exame de urina”, alerta Dra. Laila Almeida Viana, nefrologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or.
O alerta acontece na semana do Dia Mundial do Rim, que este ano é celebrado em 14 de março. A data reúne iniciativas voltadas para a prevenção e educação sobre doenças renais. Neste ano, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) traz como slogan da campanha “Saúde dos Rins & Exame da Creatinina para todos!”, destacando a importância da realização do exame regularmente. De acordo com o órgão, no Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham doença renal crônica.
A creatinina pode ser avaliada por meio de uma amostra de sangue. “É um exame simples e que pode ser facilmente incluído no check-up anual. Quando os rins não estão funcionando corretamente, essa e outras substanciam se acumulam no sangue, causando problemas de saúde, por isso é tão importante avaliar periodicamente as funções renais”, explica a especialista.
DRC
A Doença Renal Crônica (DRC) se caracteriza pela perda lenta e progressiva das funções renais. “Essa perda é definitiva, não há como reverter, e as opções de tratamento são escassas”, enfatiza Dra. Laila Almeida Viana.
Entre os principais fatores de risco da DRC estão o diabetes e a hipertensão, doenças crônicas comuns e muito prevalentes na população brasileira, além de obesidade, desidratação e tabagismo.
Vale citar ainda o uso exacerbado de anti-inflamatórios que pode sobrecarregar o órgão, além de questões hereditárias, já que algumas doenças podem ser genéticas.
“A maioria desses fatores são preveníveis. Ao manter uma alimentação saudável, boa hidratação, prática de exercícios, controle do peso, consumo controlado de sal e check-ups regulares, o paciente elimina boa parte do risco”, orienta a nefrologista do Hospital São Luiz Itaim.
A unidade, localizada na zona Sul da capital paulista, acumula mais de 80 anos de tradição e diversas especialidades, entre elas a de nefrologia, que conta com apoio multiprofissional de cirurgião, enfermeira do transplante e assistente social, além de estrutura completa para a realização de transplantes.
Entre os sinais de alerta da doença, que geralmente aparecem já em estágios avançados, estão náuseas, vômitos, fadiga e inchaço nos membros inferiores.
Como a Doença Renal Crônica não tem cura, as opções de tratamento se limitam a realizar a filtragem do sangue por meio de um equipamento externo, como hemodiálise ou diálise peritoneal, ou transplante. “As sessões podem demorar horas, e são realizadas em média três vezes por semana, afetando significativamente a qualidade de vida do paciente”, destaca Dra. Laila.
Já o transplante de rim pode ser realizado por meio de um doador vivo, quando este apresenta compatibilidade, ou de um doador falecido, por meio da Central de Transplantes, do Ministério da Saúde.
“O Brasil possui um robusto sistema nacional de doação de órgãos. No entanto, infelizmente há mais pacientes em lista aguardando do que doações e transplantes acontecendo. Em alguns casos, a espera pode ser longa, por isso, o melhor caminho é sempre o da prevenção”, finaliza a especialista.