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Entre a depressão e a euforia: psicóloga explica o que é transtorno bipolar

O transtorno bipolar é uma condição caracterizada por períodos recorrentes de alterações patológicas de humor, migrando do pólo depressivo ao pólo maníaco ou eufórico. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 60 milhões de pessoas sofrem com esse distúrbio psiquiátrico em todo o mundo, o que representa 2,4% da população global. Com o objetivo de chamar a atenção para a doença, levar informação à população e eliminar o estigma social, a psicóloga Edivaneide Oliveira, destaca que os sintomas podem ser divididos em duas fases: euforia e depressão.

Os sintomas característicos da fase de euforia são: sensação de extremo bem-estar, aceleração do pensamento e da fala, agitação e hiperatividade, diminuição da necessidade de sono, aumento da energia, diminuição da concentração, euforia ou irritabilidade, desinibição, impulsividade, ideias de grandiosidade e sensação de “poder”.

Já os sintomas característicos da fase de depressão são: alterações de apetite com perda ou ganho de peso, humor deprimido na maior parte dos dias, fadiga ou perda de energia, apatia, perda de interesse ou prazer, pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, agitação ou retardo psicomotor, sentimentos de culpa ou inutilidade, desânimo e cansaço mental, tendência ao isolamento tanto social como familiar, ansiedade e irritabilidade.

Edivaneide, que também é docente do curso de psicologia da Estácio, destaca que as causas exatas do transtorno afetivo bipolar são desconhecidas. No entanto, ela afirma que estudos sugerem que o problema pode estar associado a alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores, como noradrenalina e serotonina. Ela informa que esse desequilíbrio reflete uma base genética ou hereditária para o transtorno.

A psicóloga destaca ainda que o transtorno bipolar tem alto impacto na vida da pessoa e de seus familiares, trazendo significativo comprometimento dos aspectos sociais, ocupacionais e em outras áreas. Segundo ela, o avanço dos medicamentos que tratam a doença diminuiu bastante o tempo que era gasto em hospitalizações, fazendo com que o tratamento domiciliar, centrado no cuidado da família e dos amigos, seja de grande importância no suporte ao paciente.

“A psicoterapia familiar é indicada para que pacientes e familiares consigam identificar, em suas relações cotidianas, atitudes e comportamentos que possam predispor ao desencadeamento dos sintomas. As atividades de orientação psicoeducacional, por sua vez, concorrem de forma significativa para difundir e compartilhar informações sobre a doença e seu tratamento entre todos os envolvidos”, afirmou.

A docente do curso de psicologia da Estácio diz ainda que além do acompanhamento com psicoterapia, o tratamento do distúrbio inclui o uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida.

“É importante que os pacientes busquem um estilo de vida mais saudável como, por exemplo, o fim do consumo de substâncias psicoativas, (cafeína, anfetaminas e álcool), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono, além da redução dos níveis de estresse”.

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